Ricardo Mendes: O engenheiro visionário que elevou a Tekever ao estatuto de unicórnio global
Com um fascínio juvenil por ficção científica e inteligência artificial, Ricardo Mendes é hoje um dos nomes mais influentes no ecossistema tecnológico europeu. Natural do Porto, o engenheiro e empreendedor lidera a Tekever, empresa portuguesa de drones com IA que alcançou recentemente o cobiçado estatuto de unicórnio, ao ser avaliada em mais de 1,2 mil milhões de euros.
A ascensão meteórica da Tekever é mais do que uma história de sucesso empresarial — é a materialização da visão de um engenheiro que sempre acreditou que Portugal podia estar na vanguarda da inovação tecnológica.
Da ficção científica à engenharia de ponta
Desde cedo, Ricardo Mendes demonstrou interesse pelo universo da tecnologia, movido por leituras de autores como Isaac Asimov e outros clássicos da ficção científica. A paixão por inteligência artificial levou-o a ingressar no curso de Engenharia Informática no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, onde viria a conhecer os colegas com quem fundaria a Tekever.
Em 2001, num pequeno escritório, nascia a Tekever nome que resulta da fusão de “Technology” e “Evernet”, reflectindo a ambição de construir soluções para um mundo hiperconectado. O foco inicial era o desenvolvimento de software, mas rapidamente a empresa virou-se para o setor aeroespacial, onde encontraria a sua verdadeira vocação.
Drones, IA e defesa: um novo paradigma tecnológico
Hoje, a Tekever é reconhecida globalmente pelos seus drones equipados com inteligência artificial, utilizados para monitorização marítima, missões de vigilância e operações de defesa em zonas de conflito. A empresa trabalha com entidades como a Agência Europeia de Segurança Marítima, o Ministério da Defesa do Reino Unido e está presente em operações na Ucrânia.
A inovação não se limita à tecnologia. A Tekever adoptou um modelo de negócios escalável, combinando engenharia de alta precisão, software proprietário e soluções autónomas que redefinem a forma como os Estados monitorizam os seus espaços aéreos e marítimos.
De Lisboa para o mundo
Com centros de operação em Lisboa, Reino Unido, Estados Unidos, China e Brasil, a Tekever duplicou a sua facturação nos últimos anos, tornando-se um dos maiores casos de sucesso da deep tech portuguesa. O feito de se tornar um unicórnio em 2025 é um símbolo de validação do mercado global e do potencial de exportação da tecnologia nacional.

Ricardo Mendes lembra que a Tekever não pretende tornar-se fabricante de armamento
Para Ricardo Mendes, o segredo está em valorizar os recursos humanos locais.
“Portugal tem fabuloso talento — o que falta são empresas com visão para tirar partido dele”, defende o CEO.
A ética da inovação
Mas Ricardo Mendes vai além do crescimento económico. A sua liderança assenta numa visão clara: a tecnologia deve servir a sociedade. Por isso, além dos drones, a Tekever investe em robótica avançada, sistemas autónomos e em inteligência artificial ética, procurando soluções que respondam a desafios reais como as mudanças climáticas, o tráfico humano e a segurança marítima global.
O futuro já começou
Ao alcançar o estatuto de unicórnio, a Tekever torna-se não apenas um orgulho nacional, mas também uma referência internacional de inovação com ADN português. E Ricardo Mendes, com a sua visão estratégica, coloca-se entre os líderes que estão a moldar o futuro da tecnologia europeia.
Para Portugal, esta história é uma prova concreta de que é possível liderar, competir e vencer nos setores mais exigentes do mundo — com engenho, coragem e uma pitada de ficção científica transformada em realidade.