Protestos Marcam Abertura do Festival da Eurovisão 2025

O desfile inaugural do Festival da Eurovisão 2025, realizado em Basileia, na Suíça, foi marcado por protestos contra Israel e pela exibição de bandeiras palestinianas. Durante o evento, vários manifestantes ergueram cartazes e bandeiras da Palestina, com destaque para um incidente em que um protestante se sentou na passadeira turquesa, sendo detido pelas autoridades locais. As mensagens nos cartazes criticavam o que é considerado genocídio e violência em Gaza.

Embora o Festival da Eurovisão se apresente como apolítico, este evento tem sido frequentemente palco de protestos, especialmente em contextos de tensões políticas, como é o caso do conflito israelo-palestino. Esta edição foi alvo de controvérsia devido a uma carta aberta assinada por mais de 70 músicos, incluindo Salvador Sobral, António Calvário, Fernando Tordo, Lena D’Água e Paulo de Carvalho, que apelaram à União Europeia de Radiodifusão (UER) para excluir Israel do evento. Os signatários justificaram o apelo com a alegação de que a televisão israelita KAN é cúmplice das ações do governo israelita em Gaza. A carta declara que os músicos se opõem ao uso do festival como uma plataforma para encobrir alegados crimes contra a humanidade e afirmam que a edição de 2024 foi a mais politizada da história da competição.

A controvérsia sobre a participação de Israel no Festival da Eurovisão não é recente. Em abril de 2025, a televisão pública espanhola RTVE havia solicitado a abertura de um debate sobre a participação da KAN, enquanto, em março, foram lançadas petições na Finlândia pedindo à televisão pública Yle que pressionasse a UER para excluir Israel da edição deste ano, devido à guerra em Gaza. Em 2024, a edição do festival em Malmö, na Suécia, também foi marcada por manifestações contra a presença de Israel, incluindo o cancelamento da participação do representante dos Países Baixos após um incidente nos bastidores com a delegação israelita.

Na edição do ano passado, a cantora portuguesa Iolanda, durante o desfile das bandeiras, usou um vestido de uma marca palestiniana e pintou as unhas com o padrão do ‘keffiyeh’, símbolo da resistência palestiniana. No palco, ao terminar a sua atuação, Iolanda declarou que a paz prevaleceria, um sentimento também expresso por outros participantes, como os representantes de França e da Irlanda.

Este ano, Israel será representado por Yuval Raphael, uma sobrevivente do ataque do Hamas ao Festival Nova, ocorrido em 7 de outubro de 2023. A artista expressou o desejo de que a sua música, “New Day Will Rise”, transmita uma mensagem de apaziguamento e solidariedade. Durante o desfile de abertura, Raphael cumprimentou a multidão, posou para os fotógrafos e agitou a bandeira israelita.

O 69.º Festival Eurovisão da Canção, com a participação de 37 países, terá início na terça-feira, com a primeira semifinal, onde será apresentada a canção “Deslocado”, dos NAPA, que representam Portugal este ano. A segunda semifinal decorrerá na quinta-feira, sendo a final marcada para o sábado seguinte.

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