Millennials são a geração mais vulnerável à saúde mental no trabalho

Os profissionais entre os 30 e os 45 anos — a chamada geração millennial — são os mais vulneráveis a problemas de saúde mental no contexto laboral. A conclusão é de um estudo do Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis (Labpats), coordenado por Tânia Gaspar, e que será apresentado no próximo dia 14.

Em contraste, os trabalhadores da geração baby boom, próximos da reforma, apresentam os maiores fatores de proteção no ambiente profissional, beneficiando de maior estabilidade pessoal e menor carga de responsabilidades familiares.

Segundo a investigadora, os millennials vivem hoje uma forte pressão: têm já uma carreira consolidada, muitas vezes com filhos e créditos à habitação, mas enfrentam também preocupações com os pais idosos. “São os mais sobrecarregados”, explica.

O estudo aponta ainda que os profissionais mais jovens demonstram menor envolvimento emocional com o trabalho, o que, paradoxalmente, pode protegê-los do burnout. “Quem está muito envolvido é mais propenso ao esgotamento, porque não consegue pôr limites”, nota Tânia Gaspar.

Já a geração X (45-59 anos), além das exigências da carreira e da família, carrega também responsabilidades crescentes com os pais. Do outro lado, a geração mais jovem enfrenta um futuro incerto, marcado por crises, pandemia e ascensão de discursos populistas.

Apesar de os millennials serem apontados como os mais afetados a nível mental, também são descritos como a geração “mais saudável”, fruto de um contexto de maior igualdade de género, participação ativa dos pais e menor carga histórica.

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