Mario Vargas Llosa (1936–2025): Um Nobel que escreveu contra a realidade

Morreu hoje, em Lima, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, aos 89 anos. Nobel da Literatura em 2010, Vargas Llosa pediu que, apesar do seu percurso político, fosse recordado pela escrita e pelo trabalho — e o mundo assim o fará.

Autor de obras como “Conversa n’A Catedral”, “A Casa Verde”, “A festa do chibo” ou “A guerra do fim do mundo”, Vargas Llosa foi um dos grandes nomes do chamado boom da literatura latino-americana. Explorou como poucos as estruturas do poder, a luta pela liberdade individual e as fraturas sociais da América Latina.

Estudou Direito e Letras, foi jornalista, ensaísta, professor universitário e até candidato à presidência do Peru (1990). A sua obra move-se entre o realismo e a crítica política e moral, com influências de Faulkner, Sartre e dos conflitos do seu tempo.

Além de romances, escreveu teatro, ensaios, memórias, crónicas e artigos em grandes jornais como El País, O Estadão e a AFP. Algumas das suas obras chegaram ao cinema.

Frase que fica:
“Sou basicamente um escritor e gostava de ser lembrado pela minha escrita. A literatura compreende um horizonte mais vasto da experiência humana.”

Deixa um legado monumental na literatura mundial — e o seu último romance, “Dedico-lhe o meu silêncio”, publicado em 2024, é o seu derradeiro tributo ao Peru e à cultura popular do seu povo.


Em Portugal, a sua obra é publicada maioritariamente pela Quetzal, mas também passou por outras editoras como a Dom Quixote, Europa-América, Quasi e Presença.

Similar Posts